Lembra que há poucos dias fiz um post sobre marcas de moda cruelty-free? Durante a pesquisa para o assunto fiquei curiosa sobre a diferença entre ser cruelty-free e ser vegano. Como eu expliquei lá naquele post, ser vegano significa que um produto NÃO contém NENHUMA substância de origem animal. Um produto pode ser cruelty-free e conter substância animal, ou ser vegano mas ser testado em animais, logo não sendo livre de crueldade. Em resumo: um produto pode ser cruelty-free sem ser vegano! Então, muita atenção a esses dois conceitos. Contudo, se o que você procura são produtos livres de qualquer traço animal, a palavrinha correta é VEGANO.
Se você ainda acha que produtos veganos são sinônimos de embalagens feias e cremes malcheirosos, saiba que hoje esse nicho de mercado cresceu, prosperou e oferece skincare e makeup de ponta para ninguém botar defeito. Além disso, o acesso a esses produtos está bem mais popularizado, com diversas marcas vendendo pela internet. E sim, tem produto cheio de qualidade com alta pigmentação e longa duração. Atualmente, muitas marcas grandes de produtos de beleza oferecem produtos veganos. A seguir, vamos falar de Millie Bobby Brown e outras marcas de beleza veganas para conhecer já, seguir e, por que nao, usar?
Millie Bobby Brown – Seu rosto é conhecido do público que acompanha “Stranger Things”. A atriz Millie Bobby Brown, de apenas 16 anos, lançou sua própria linha de cuidado facial e makeup toda vegana e livre de crueldade. A linha, chamada Florence by Mills, é livre de parabenos e sulfatos e é indicada para todos os tipos de pele. O foco são jovens adultos e adolescentes, o que é bem interessante pois ao oferecer uma gama de produtos veganos para esse público, educa-se os jovens a buscarem produtos sustentáveis desde o início. Balm para os olhos, máscara, concealer e esfoliante são alguns dos produtos da nova marca. Por que né, gente? Cuidar da beleza começa cedo.
KDV Vegan Beauty – Lançada em 2008 a marca está presente em 36 países com seus 250 produtos de beleza e maquiagem veganos e cruelty-free. Coleciona prêmios e seu produto número um é o delineador líquido TattooLiner. As embalagens têm uma pegada gótica-chique incrível, e os fãs da marca garantem que em termos de cobertura e duração ela não deixa nada a desejar. Disponível na Sephora Brasil.
Santapele – Marca brasileira que aposta em fórmulas à base de frutas, flores e outros ingredientes vegetais para entregar produtos veganos de alta performance. Fundada por Carolina Filgueiras, a Santapele oferece produtos para o cuidado com o corpo, cabelos e para a casa como spray de ambientes, velas e kit lavabo inspirados nos quatro elementos da natureza, além de uma linha spa.
Surya Brasil – A marca nacional oferece produtos à base de cupuaçu, buriti e murumuru combinados com plantas como a henna. Tem a coloração natural mais vendida do mercado brasileiro, e segue sendo uma opção para quem busca tingir os fios sem químicas pesadas. Além disso, tem esmaltes, óleos, géis, produtos para now e low poo, e finalizadores em seu portfólio.
Linha Lolita, The Body Shop – a marca já é mundialmente conhecida por fomentar o comércio sustentável e a extração e produção dos ativos de seus produtos de beleza de forma justa, mas nem todos os produtos são veganos. A linha Lolita, contudo, traz fórmulas 100% vegana com perfume, cremes corporais e sabonetes a preços convidativos. Linha bem feminina que foi reformulada recentemente e mira no empoderamento feminino através de notas marcantes.
Positiv.a – Vale muito citar essa marca, que oferecia produtos para a casa ecologicamente corretos, e agora lançou uma linha de autocuidado 100% natural e sustentável de origem vegana. Muitos desses produtos são feitos em parceria com pequenos produtores espalhados pelo país. Por exemplo, os óleos essenciais da marca são todos produzidos em agroflorestas orgânicas. O óleo hidratante vegetal de gergelim vem de uma fábrica que fomenta a cultura da maior comunidade quilombola do país. Exceto pela pasta de dente, todos os produtos da nova linha tem zero plástico na embalagem, e os rótulos são feitos com tinta à base de água.
E.L.F. Cosmetics – O legal dessa marca é que ela tem uma gama bem extensa de produtos e os preços são bem acessíveis (não é fácil fazer – nem encontrar – produtos veganos baratos!). Destaque para o gloss Pop Juicy e as paletas de sombras. Além de vegano, a marca garante produtos 100% livres de crueldade com animais.
Biossance – Bem conhecida já do público beauty, o grande lance da Biossance é que seus produtos são à base de “squalene”, uma versão muito próxima do lipídeo produzido pela nossa própria pele. Por esse motivo, o nível de hidratação é alto, mas sem o efeito de poros entupidos. Vale lembrar que esse lipídeo é usado por outras marcas, porém proveniente de fígado de tubarão. A Biossance criou sua própria fórmula a partir da cana de açúcar para poder oferecer um produto sustentável e clean.
Cover FX – Vale citar a marca criada pelo ex químico-chefe da MAC Cosmetics. O legal da Cover FX é que os produtos podem ser misturados para atender às necessidades individuais de cada um, tendo como base o conceito de que maquiagem é algo individual e um produto apenas não pode servir pra todo mundo. Gotas de iluminador podem ser misturadas com outros produtos e o mesmo vale para os primers da marca. Tudo 100% vegano!
Youth to the people – Já começa que todas as embalagens são de vidro, que é um material sustentável que se decompõe na natureza. Ao olhar para os vidrinhos tudo emana “clean”. A marca é 100% vegana e cruelty-free, além de seguir normas de segurança bem estritas. Vale conhecer e se apaixonar.
Lime Crime – Escolhi incluir essa marca, inspirada em unicórnios (haha) para os amantes de brilho e glitter. Pense numa sombra líquida cheia de brilho? As cores são vibrantes, tem glitter pra dar e vender e as embalagens são essa coisa meio conto de fadas. Para uma make divertida, iluminada e alegre. Apaixonei nas embalagens!
Use Orgânico, e-commerce brasileiro que vende multimarcas de produtos de beleza orgânicos, veganos e cruelty-free.
Então, mostrei para vocês a Millie Bobby Brown e outras marcas de beleza veganas para conhecer já, e quero saber aqui: convencidos de que vegano, além de sustentável, animal-friendly, também é sinônimo de qualidade e inovação? Qual sua opinião sobre produtos de beleza e maquiagem veganos? Já usou ou usa algum?
Quem não gosta de se vestir bem? A roupa, os acessórios e os sapatos compõem não apenas um look, mas uma maneira de expressar nossa identidade pessoal e nosso senso de pertencimento a um determinado grupo. Através da roupa a gente mostra nossos gostos, estilo e até nosso estado de espírito. Infelizmente, algo tão legal quanto comprar roupas e montar um look acaba pesando na consciência quando a gente pára para pensar na crueldade e abuso cometidos contra animais em nome da moda. Nada justifica!
Falando de forma realística sabemos que ainda é difícil para a grande maioria das pessoas parar de consumir moda que sacrifica animais para fabricar produtos, mas entendo que temos de começar a partir de um denominador comum: conhecendo quais são as marcas de moda que NÃO usam o sofrimento dos animais para vender suas peças. As chamadas marcas de moda cruelty-free. O termo cruelty-free significa “Livre de crueldade” em referência aos maus tratos sofridos pelos animais. Se quisermos acabar com os maus tratos aos animais no mundo da moda, o primeiro passo é conhecer – e divulgar – as grifes que buscam formas alternativas de produção. No fim das contas, consumir de marcas que exploram, torturam e abusam de animais é também uma decisão ética. Comprar de forma consciente é uma escolha.
Mas o que são marcas de moda cruelty-free?
Na moda, o termo cruelty-free se refere ao bem-estar animal. Isso significa que durante a produção do item nenhum animal sofreu maus tratos. Cruelty-free também quer dizer que uma peça não contém nenhum subproduto de origem animal.
Exemplos de itens de moda que usam métodos cruéis contra animais: casacos de pele – a pele é retirada com o bicho ainda vivo. Me dá arrepios só de imaginar! Bolsas e sapatos de couro de cobra: uma coisa são bolsas feitas a partir do couro de animais mortos – como o da vaca, abatida para o consumo da carne -, outra bem diferente é matar animais com o único propósito de servir à indústria da moda. Afinal, uma cobra píton é morta apenas para a confecção de bolsas e sapatos, seu sacrifício não tem por objetivo alimentar pessoas. É algo extremamente egoísta se pararmos para pensar. Matar um animal lindo apenas para ostentarmos um casaco de pele ou uma bolsa de R$15 mil.
Para vocês terem uma idéia, só na Dinamarca 19 milhões de martas são mortas todos os anos por causa de suas peles (dados do PETA – People for the Ethical Treatment of Animals, a maior organizacao defensora de animais do mundo com mais de seis milhões de membros). E com isso, oito mil toneladas de amônia são jogadas na atmosfera todos os anos. O Banco Mundial elegeu a indústria de peles para vestir como uma das cinco piores indústrias do mundo para a poluição de metais tóxicos. Isso por que os processos de tingimento e tratamento das peles envolve substâncias como amônia, formaldeídos, peróxido de hidrogênio e outros agentes branqueadores. No Bangladesh, em um relatório publicado pelo PETA, 90% do couro exportado vem de uma favela onde a água resultante do processo de tingimento NÃO é tratada. De acordo com o Human Rights Watch Report essa água corre para o rio local, adoecendo moradores e expondo diariamente os trabalhadores aos efeitos tóxicos de tais substâncias. E isso acontece no mundo inteiro!
Não vamos citar – ou mostrar aqui por causa dos níveis macabros de crueldade – como esses animais são mantidos, torturados, confinados e mortos de forma extremamente aterradoras. É de chorar mesmo.
Na beleza, o termo cruelty-free significa que o produto final não foi testado em animais. O que NÃO significa que o produto não contenha substâncias de origem animal. Se você busca produtos de beleza 100% livres de derivados de animais procure por produtos VEGANOS.
Tive uma estola azul royal de pele de coelho. Era uma das minhas peças favoritas que infelizmente perdi nas ruas de Paris. Porém, ao comprar a peça, eu perguntei como ela tinha sido feita. A dona da loja me garantiu que só revendia peças que tinham sido confeccionadas a partir da pele de animais já mortos para o consumo da carne. Neste caso, a pele – que de outra maneira seria descartada – foi utilizada para fazer uma estola. Abater animais para consumo de carne é outra discussão que não cabe nesse post, mas o que quero dizer é que pelo menos abate-se o bicho com o objetivo de alimentar pessoas e não apenas para satisfazer nossos desejos consumistas.
Top 10 de marcas de moda cruelty-free para seguir já!
Comecemos com as gringas:
SHRIMPS – Estou completamente APAIXONADA por essa marca. As peças são lindas de viver, tem peles artificiais que são luxo puro e todo o trabalho da marca tem influência artística na arte moderna. Junte-se a isso o fato de a empresa ter sido uma das pioneiras a liderar a discussão sobre cruelty-free fashion na Inglaterra lá nos idos de 2013. Além disso, 90% da força de trabalho na SHRIMPS são mulheres, e eles priorizam trabalhar com artesãos treinados por eles. Por exemplo, a empresa tem um atelier na Índia para a confecção de acessórios feitos à mão, tendo desenvolvido novas técnicas e inovações técnicas para uma produção sustentável. Na última Paris Fashion Week, a empresa apresentou coleções feitas com fibras e lã de carneiro recicladas. O próximo objetivo da marca é substituir todas as embalagens por material reciclado.
Stella McCartney – Tão bom ver uma marca clássica e mainstream que a gente ama fazendo uma moda cruelty-free de alto padrão! A grife tem como política de sustentabilidade o não uso de couro, penas e peles animais. A própria Stella é vegetariana, e decidiu, há muito tempo, não vender seus produtos na China, país onde a regulação oficial exige testes em animais. A marca de fragrâncias licenciada Stella McCartney, a COTY, só produz perfumes veganos. A grife realmente leva a sério seus valores de sustentabilidade e respeito aos animais. E por isso, baniu o uso de cotton vindo da Síria, Uzbequistão e Turcomenistão, parou de usar angorra em 2013, não utiliza PVC, além de outras ações louváveis que fazem da marca uma das principais cruelty-free de luxo.
Beyond Skin – Criada em 2001, a marca oferece sapatos veganos de luxo desenhados na Inglaterra e produzidos à mão na Espanha em pequenas quantidades (slow fashion). Achei super interessante que os sapatos da marca têm palmilhas feitas com 70% de papelão! E os saltos de plástico, as solas de resina de borracha 70% recicladas. Legal, né? Aposto que você deve estar imaginando se os sapatos são bonitos. São. E como! O que conferiu à marca citações em revistas como Vogue, InStyle, Bazaar e Marie Claire.
Sustudio – Sapatos lindos e glamourosos para ninguém botar defeito feitos a partir de borracha reciclada e outros materiais sustentáveis. Vale conferir o Instagram deles para ver que sustentável também é sinônimo de BELEZA e luxo!
In the Soulshine – Marca que vale citar e que lançou inclusive uma coleção em parceria com o PETA – People for the Ethical Treatment of Animals, organização de proteção aos animais com mais de 6.5 milhões de membros no mundo todo. As camisetas são todas feitas com tinta vegana, e manufaturadas em Bali, onde eles mantém um ateliê pagando salários até cinco vezes mais altos que a média local.
Marcas cruelty-free brasileiras
Básico.com – No nosso top 10 de marcas de moda cruelty-free para seguir já no Brasil, vamos começar com essa marca que acho super legal e interessante para quem busca uma moda basicona e simples. As peças, de algodão prima, não têm logos, estampas ou etiquetas! A Basico.com oferece lingeries, sapatos, bolsas e até perfumes para homens e mulheres.
Insecta Shoes – Apesar do nome em inglês, a marca oferece sapatos veganos inteiramente produzidos no Brasil, com matéria-prima toda comprada no estado natal (RS) como forma de fomentar a indústria local e causar menos impacto ambiental no transporte. Os calçados são MUITO fofos! Destaque para as mochilas e os tênis estampados, e as pantufas e Oxford da coleção Zodíaco. Olhem os de sagitário que lindos. Foto
Flavia Aranha – Só de ler o “Sobre nós” no site da marca a gente já se apaixona pelo texto fluído e bem escrito. Entre os pilares da marca estão a prioridade ao design brasileito feito com matérias-primas do nosso país, o uso de tecnologias com impacto positivo no meio ambiente, a valorização do saber manual passado de geracao em geracao e humanização da mão de obra. O site deles é lindo e vale muito a visita. As roupas têm uma pegada alternativa e elegante com foco no conforto. Foto
King55 – Marca gaúcha de moda vegana com uma gama de itens para homens, mulheres e crianças. Apoiam o comércio local e acreditam que “ter consciência é ter estilo”. O destaque fica por conta da vasta coleção de calças e das bermudas camufladas.
Nicole Bustamante – Resolve incluir essa marca porque além de roupas sustentáveis, oferecem também itens para o lar seguindo os mesmos princípios cruelty-free, com uma produção mais autoral, peças únicas e feitas à mão. Propoem um lifestyle sustentável. Vale conferir. Destaque para a linha de home decor, com pratos e canecas clássicas e minimalistas.
É sempre bom ir lá no site das marcas ler como eles realmente fazem as coisas, a missão e filosofia da empresa. Tem muita gente pegando onda em termos como “sustentável” e “cruelty-free” sem necessariamente respeitar esses conceitos. E lembre-se: comprar de forma mais consciente ajuda não somente as marcas, que geralmente são pequenas, mas dá aquele suporte para artesãos e produtores de matéria-prima locais, além de incentivar outras empresas a adotarem métodos cruelty-free de produção.
Menções honrosas
Armani – a marca italiana anunciou, em março de 2016, que renunciaria ao uso de peles de animais. Ralph Lauren – abandonou o uso de peles animais após uma negociação com o PETA, em 2006. Calvin Klein – produtos livres de peles desde 1994. Tommy Hilfiger – fabrica peças livres de pele desde 2007, além de apoiar causas animais como a fundação Elephant Family. Vivienne Westwood – livre de peles desde 2007.
E você, como vê a relação consumo-bem-estar animal? Gostou do nosso top 10 de marcas cruelty-free para seguir já? Abriria mão de consumir algo que usa métodos cruéis com animais? Sobre esse assunto, traremos um top 10 de marcas de cosméticos veganos em nosso próximo post. Nao esquece de se inscrever na newsletter para receber as novidades!
Cresceu na periferia de São Paulo, mudou para a Suíça, depois França e atualmente mora com seu filho em Munique, na Alemanha. Sempre antenada e buscando o melhor de cada destino, adora partilhar suas experiências com pessoas, explorando o mundo feminino, da maternidade, beleza, moda e decoração. Acredita que luxo é viver com criatividade.
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SOBRE o PL
O Passaporte voltou, sempre interagindo com seus seguidores, com dicas e informações do mundo da moda, beleza, turismo e decoração, com um olhar de quem vive buscando o inusitado!