Bonjour pra você que anda infeliz com os cabelos quimicamente tratados. Hoje, vou contar tudo sobre meu big chop (expressão em inglês que significa “cortar tudo”), que ocorreu dia 02 de janeiro de 2016. Ano novo cabelo novo. Foi uma tarde de alívio e descobertas. Continue lendo e saiba o por quê.
Em fevereiro de 2015 eu fiz meu último relaxamento. Escolhi um salão da rede Luna Blu em mais uma tentativa de testar algo novo e, quem sabe, ter um cabelo cacheado bonito e saudável. Nunca fui de alisar e ficar na escova. Não tenho paciência, e além disso gosto de cabelo com volume. Porém, sempre relaxei a raiz para dar caimento e conseguir lidar com os fios. Hoje, vejo que não conseguia lidar porque não sabia como lidar. Crescemos sem ser ensinadas a cuidar dos nossos cabelos crespos. Passamos a vida ouvindo que nosso cabelo é “armado demais”, “precisa ser domado”, e conselhos do tipo “dá um amaciamento para baixar”. Além da retomada de consciência em valorizar a beleza dos cabelos crespos, a indústria cosmética também evoluiu bastante. Hoje, a oferta de produtos para cabelos crespos é bastante generosa.
Enfim, meninas, fiquei dez meses em transição. Estava cansada de químicas que, na primeira semana deixam tudo lindo, mas depois o cabelo começa a quebrar, fica ressecado e com aquele aspecto artificial. Não foi fácil, mas também não foi nenhum pesadelo. Como eu já sabia bem o que queria, pouco me importava estar com o cabelo feio ou bonito. E se tem uma coisa que eu aprendi logo cedo na vida, é que, embora importante, a opinião dos outros tem na nossa vida o impacto e a importância que a gente dá. Ninguém gosta de ser criticado, e a gente sabe que a opinião dos familiares e amigos conta muito. Porém, temos de dar um peso limitado a essas opiniões. No fim, quem precisa se sentir bem na sua própria pele – e com o próprio cabelo – é você, não os outros.
Depois do relaxamento no Luna Blu fiquei bastante insatisfeita. E como já tinha feito todo o tipo de relaxamento, resolvi que era hora de tentar algo novo: meu cabelo natural. Vi dezenas de vídeos, fotos e relatos de meninas que largaram a química e partiram para o natural. E todas, absolutamente TODAS tinham o cabelo lindo de viver! Se elas conseguiam viver sem química e ter um cabelo lindo, eu também ia conseguir.
Desafios
O maior desafio é que tenho muito cabelo e (felizmente) ele cresce rápido. Isso é uma vantagem, mas durante a transição torna-se um ponto negativo. Tinha enorme dificuldade em desembaraçar os fios durante a lavagem. O cabelo caia que era uma beleza. Chegou num ponto em que eu larguei de mão: lavava uma vez por semana e desembaraçava só as pontas. Nem me preocupava em cuidar muito. Isso é ruim, mas foi meu jeito de lidar com a situação. Tinha dias que ficava com raiva e queria eu mesma enfiar a tesoura em tudo. Resisti. Me mudei para Paris no fim de setembro, e aqui tem o frio que detona com cabelos com química. Ou seja: eu teria de dar um jeito no cabelo de qualquer jeito.
Truques
Lancei mão de lenços e headbands para driblar o cabelo ressecado de duas texturas. Eu prendia o cabelo e deixava as pontas no alto, colocava uma headband e pronto (como na foto acima). Fica estiloso. Outro truque que usei: lavava e fazia um coque bem elegante. Completava com uma maquiagem e brincos bonitos e pronto.
Não sofri muito, não. Sou uma pessoa bastante despachada, e se o cabelo não estava legal eu dava um jeito de compensar com um look bonito, uma make bem feita e acessórios. Não estava nem aí se alguém achasse meu cabelo bonito ou feio. Como não estou até hoje, he he.
Big chop
Faz duas semanas que cortei tudo. Eu poderia ter cortado os fios muito antes dos dez meses, mas não queria um cabelo hiper curtinho. Finalmente, em dezembro de 2015 eu estava de saco cheio mesmo e falei: “no primeiro dia útil do ano eu corto esse cabelo”. Liguei no Niwel de Paris e marquei para o dia 02/01. Cheguei, falei o que queria e iniciamos o corte. A cabeleireira inventou de fazer umas mechas, beleza. Daí cortou o cabelo e decidiu deixar umas pontas longas. Nananinanón, corta tudo! Ela hesitou. Reafirmei: corte todo o cabelo com química, deixe somente o natural. Ela cortou resmungando, não sem avisar umas 500 vezes: “vai ficar muito curto”. Ok gata, I get it.
Quando saí do salão foi muito show. O Niwel fica dentro da Galleries Lafayette, ou seja: só luxo e poder! Me senti muito bem desfilando pela Lafayette com meu curtinho poderoso.
Abaixo, o cabelo ressecado e embaraçado, pouco antes de receber o corte.
Se vocês reparem bem na foto abaixo, a parte mais escura do cabelo é toda raiz.
Ahhh que delícia!
Ter o cabelo curtinho, natural e fácil de lavar. Nossa, quanta diferença. E meu cabelo não está assim tão curto, não. Valeu muito a pena esperar tanto tempo para cortar. Acreditam que eu nem sabia mais como era meu cabelo? Gente, meu cabelo tem cachos. C A C H O S ! A coisinha mais linda os cachinhos no meio da cabeça. É um cabelo grosso, forte e com brilho. Estou louca para vê-lo crescer e se avolumar! Posso dizer que estou in love com meu cabelo. Parece que estou descobrindo algo que nem sabia que existia. Agora sim faz sentido gastar em produtos para cuidar do meu cabelo, e não de um cabelo formatado pela química.
Depois de lavado e finalizado. Ficou baixinho assim porque a cabeleireira usa uma técnica de esfregar a palma da mão para formar cachinhos.
Um detalhe bacana: depois de cortar, recebo muito mais olhares e elogios na rua.
Vou caprichar nos acessórios, nos brincões e na maquiagem! Estou muito feliz e louca para ver esse cabelo crescer forte, saudável e NATURAL!
A primeira foto sou eu. Espero chegar na foto número quatro daqui um ano. Será que consigo? Meninas, comentem e compartilhem. Contem o que acharam do meu novo look, e se já passaram ou planejam passar pela transição.
beijos!
Ficou Maravilhosa,cheia de estilo,com um belo rosto assim,até careca fica Mara.+!
Oi Viviane.
Muito obrigada 🙂
beijos
OI Ana, primeira vez na vida que entro no seu blog e me deparei com este post. Parei pra ler, claro, pois sempre me emociono com essas histórias. Fiz minha transição em 2009/2010, quanto praticamente ninguém falava nisso, mas provavelmente muitas meninas estavam passando por ela por extremo cansaço à quimicas. Comecei a alisar meu cabelo aos 18 (+-) e parei aos 26 (coisa assim) e olha, foi a decisão mais libertadora que tomei na vida.
Aliás, eu era daquelas que vivia de relaxamento + escova 24/7, uma escravidão 🙁
Nunca tive coragem de fazer o big chop, fiquei 18 meses esperando o cabelo crescer e ir cortando aos poucos, por isso admiro MUITO as meninas que vão lá e passam a tesoura, porque, embora não seja a decisão mais fácil do mundo, ficar com um cabelo com duas texturas tbm é uma escolha difícil. Ainda bem que passa e que todos os cabelos crescem.
Espero que vc alcance seus objetivos cabelísticos. Eu ja fui mais crazy com crescimento e tals, hoje tô mais sussa (com todas as coisas, inclusive definição, frizz etc) e levo o cabelo de boa.
Parabéns pela sua decisão de cortar. Amei saber que vc mora em Paris, vou ler seu blog mais vezes. Bj Pat
Patricia
Muito obrigada pela força. De coração.
Cortar tudo foi uma decisão bem pensada, sabe? Eu estava muito infeliz com o meu cabelo sem textura definida. Tentei todas as químicas possíveis e no fim das contas, é tudo a mesma coisa. Me sinto livre desde que cortei o cabelo. Livre e leve. Cabelo comprido é mais eu, mais meu estilo, porém, sou daquelas que saem da zona de conforto para experimentar coisas novas.
Meu cabelo tá crescendo bem rápido. Tive uns probleminhas de internet, mas esta semana volto com os vídeos e posts sobre cabelo.
Vc tá em Paris também? Beijos.
Parabéns pela mudança Ana Paula. Seus cachinhos são lindos. O meu cabelo é o tal do 4c (descobri isso semana passada, rs…) e ainda sou adepta da química. Mas alguma coisa me diz que um dia meu natural virá à tona! Seu estilo próprio fará muito sucesso!! Um abraço!
Obrigada Lilian.
Pra ser sincera, não sei qual o meu tipo de cabelo. Na minha mente eu achava o meu cabelo extremamente crespo, daqueles de dar um trabalhão e nunca ficar bonito. Isso era minha imagem mental do meu próprio cabelo, que carrego desde os tempos de menina. Mas, depois de cortá-lo, percebi que é bem diferente do que eu imaginava. Tenho certeza de que o seu também é. Eu não sabia que um cabelo crespo formava cachos, aprendi isso recentemente. Não esquece de voltar aqui para contar mais de sua jornada. Beijos e volta sempre.