A foto abaixo foi tirada em agosto de 2013, quando eu estava grávida de seis meses. Naquele dia tínhamos acabado de pendurar o quadro à esquerda na parede. Estávamos no Brasil há somente dois meses e ainda naquela fase de colocar ordem na casa. A mesa também era nova, e depois de uma tarde montando tudo, batendo pregos aqui e ali, finalmente parei pra descansar. Só que antes pedi ao Erik pra tirar uma foto minha pra enviarmos ao pintor do quadro, nosso amigo Alex Inchbald, um artista inglês que conhecemos em Genebra. O quadro foi presente de casamento, e o Alex foi um dos nosso padrinhos.
Quase um ano depois repetimos a foto. Dessa vez, no lugar da barriguinha o bebê, o nosso João Marcelo, entre nós há oito meses. A casa é a mesma. Os móveis também. A atmosfera é que mudou. Não posso dizer que somos os mesmos. Nem que a vida continua igual. Um filho muda muita coisa. Muda não, acrescenta: mais amor, mais beijos, mais abraços, mais momentos felizes, mais fofura, mais vida nas nossas vidas. Um filho também nos tira algumas coisas: hoje são menos horas de sono, menos tempo pra si, menos tempo a dois, menos filmes assistidos, menos copos bebidos, menos noites de farra, menos banhos longos.
É uma troca justa. Sou mais amor, mais tolerância, mais ternura. E sou menos muita coisa. Menos egoísta, inclusive.
L’amour, toujours!
(o amor, sempre)